Há 39 anos, exatamente no dia 15 de março de 1972, morria, aos 97 anos de idade, o Major Cosme de Farias, figura lendária de Salvador, tido como o “pai da pobreza” devido à sua dedicação cotidiana como defensor dos fracos e oprimidos, atuando como rábula; e à sua luta incansável em favor da educação pública e gratuita para todos.
Cosme de Farias nasceu no dia 02 de abril de 1875, em São Tomé de Paripe. Apesar de ter cursado apenas o curso primário, aos 17 anos começou a sua Campanha do ABC, com o objetivo de levar todos os níveis de governo a investirem na educação. Dois anos depois tornou-se repórter do Jornal de Notícias e, posteriormente, atuou em quase todos os jornais da capital baiana. Em 1895 começou a trabalhar como rábula, ou seja, advogado que não tem formação acadêmica, mas obtém autorização para exercer a advocacia. Atuou durante setenta anos como rábula, sempre em defesa dos pobres.
Sem nunca ter sido militar, recebeu o título de Major em 1909. Em 1914 foi eleito deputado estadual e reeleito para mais cinco mandatos na Assembléia Legislativa. Em 1915 Cosme de Farias criou a Liga contra o Analfabetismo. Além de estimular as prefeituras a abrirem escolas, a própria Liga contribuiu para a manutenção de colégios. Foi o Major responsável pela inauguração da primeira escola pública de educação de adultos da Bahia.
Articulista e poeta, lançou em 1926 o seu primeiro livro “Lama e Sangue” (coletânea de artigos) e em 1933 publicou o livro de poesia “Estrophes”. Em 1934 o “Defensor dos Pobrea” foi eleito vereador e reeleito para mais quatro mandatos na Câmara Municipal de Salvador. Todo o salário que recebia distribuía entre os menos favorecidos. O plenário da Câmara, inclusive, foi batizado como o nome Cosme de Farias, em 1980.
Ele morou no Centro de Salvador na Ladeira da Independência, nas Ruas 28 de Setembro e São Francisco, no ano de 1963 fica viúvo, com a morte de Semírames Farias, muda-se para Quintas das Beatas, bairro que adotou o seu nome, hoje Cosme de Farias. Gostava de morar perto do Fórum Ruy Barbosa, da Câmara Municipal e dos Bares do Centro "Pena que ainda não existia o Feio". Aproveitava a vida, frequentava a pastelaria Triunfo, na Ladeira da Praça, e outros lugares tradicionais.
Não só pela trajetória política, nem por ser jornalista, mas Cosme de Farias era um ser humano diferente. Ele pautou todas as atividades de sua vida para ajudar minorias, em geral pessoas de baixa renda.
Em 15 de março de 1972 morre Cosme de Farias, o cortejo fúnebre reuniu milhares de pessoas, dentre elas grandes autoridades, que foram dar adeus ao major. Em 1980 o plenário da Câmara dos Vereadores de Salvador passa a se chamar Cosme de Fárias.
Por: ALMIR SANTANA
legal
ResponderExcluirBoa Tarde!
ResponderExcluirGostaria muito de obter maiores informações sobre o Sr. Cosme de Farias. Pretendo inculuí-lo em um projeto de pesquisa sobre Educação de Jovens e Adultos. Sou moradora da cidade de Amargosa-Ba, email dely_maia@hotmail.com, se for possível peço que envie-me nomes de livros, revistas, entre outros como contribuições.
Sem mais,
Adélia Maia 31/07/2013
gostei
ResponderExcluiradorei
ResponderExcluirjoao vitor