O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou em reunião no dia 14 de setembro um documento que propõe a reavaliação dos cursos de graduação e prevê a reestruturação e revisão da oferta de cursos de baixa demanda e baixo impacto social. O texto mostra que a universidade decidiu brecar a expansão registrada nos últimos anos. A universidade aumentou em 40% o número de vagas e criou 85 cursos na última década, de acordo com o documento.
O assunto veio à tona em reportagem publicada na "Folha de S.Paulo" nesta terça-feira (21). O texto aprovado pelo conselho prevê a análise dos currículos atuais, o levantamento de informações sobre a demanda dos cursos no vestibular, a identificação de causas de evasão e a atenção ao currículo e à infraestrutura dos cursos noturnos.
O nome do documento é “Princípios gerais para criação de novos cursos”, mas o texto propõe que novos cursos só sejam criados após a reavaliação dos cursos atuais e se houver demanda, mérito acadêmico, caráter inovador, impacto social, empregabilidade, infraestrutura necessária e orçamento para a implantação do novo curso.
“Uma análise rápida da situação da graduação mostra que a USP se expandiu significativamente na última década: os dados revelam que houve um aumento de 40%, aproximadamente, no número de vagas nos cursos de graduação e que 85 cursos foram criados. A expansão traz benefícios e problemas: aqueles são imediatos e dizem respeito à inclusão de mais alunos no ensino superior e sua consequente qualificação para o mercado de trabalho; esses são imediatos e dizem respeito às condições de funcionamento da universidade, que, sem a devida estrutura, poderá entrar em colapso”, diz o texto.
Nenhum curso específico ou área é citado no texto e não há previsão de data para o término da reavaliação, mas o documento afirma que discussões sobre o problema da expansão do ensino superior público sejam iniciadas ainda em 2010. O vestibular deste ano da USP oferece 10.652 vagas.
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