Salvador recebeu, nos primeiros sete dias de maio, 75,6% da chuva esperada para todo o mês, informou o Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá) nesta quinta-feira, 7. Segundo o Centro Estadual de Meteorologia, ligado ao órgão, entre os dias 1 e 7, foram registrados na capital baiana 245,7 milímetros de chuva, quando o esperado para todo o mês é de 324,8 milímetros.
Segundo o Ingá, a tendência para este mês é que as chuvas de maio ultapassem a média histórica do mês, repetindo o ocorrido em abril, quando choveu 383,20 milímetros, 18% a mais do esperado.
Neste quarto dia de chuva ininterrupta, a cidade ainda sofreu com alagamento, deslizamentos de terra e interdição de vias. A avenida Ogunjá foi fechada devido ao desabamento de um barranco na área. O bloqueio prejudicou o trânsito da Vasco da Gama até o Dique do Tororó, que também ficou congestionado. Os motoristas que trafegariam pela Ogunjá tiveram que seguir em direção a Chapada do Rio Vermelho ou pegar o Dique em direção à Bonocô. Os alagamentos causaram congestionamentos também nas avenidas Vasco da Gama, Bonocô, nos dois sentidos, Estrada da Rainha, sentido Sete Portas e na Oscar Pontes, nas imediações da Estação do Ferry Boat até o Moinho Salvador.As regiões do acesso Norte até o Itaigara, a Ligação Iguatemi-Paralela (Lip) e a avenida Paralela, sentido Centro, também estão engarrafadas devido à chuva.
Segundo a Transalvador, as avenidas Barros Reis, Luiz Anselmo, ambas no sentido Centro, permanecem interditadas, desde esta quarta, devido a ameaças de desabamento e deslizamento de terra. O tráfego continua interrompido também na rua Paulo Jackson, transversal da avenida Orlando Gomes, no Costa Verde, por causa da queda da ponte localizada em frente ao clube AABB.O trânsito também ficou intenso nos Barris, próximo ao Colégio Central, onde um veículo Idea colidiu com uma moto e no Vale do Nazaré, onde uma pessoa foi atropelada.
No começo da manhã, o Corpo de Bombeiros localizou nas imediações do Parque São Cristóvão o corpo de Milton Ramos dos Santos, 39 anos, que foi arrastado pela força das águas do Rio Ipitanga no temporal da terça-feira. Já no início da tarde, a menina Beatriz, 6 anos, foi encontrada no córrego da região da avenida ACM, nas proximidades do Quartel do Corpo de Bombeiros. O corpo da mãe da garota, Fernanda Bispo dos Santos, 28, havia sido encontrado nesta quarta, 6, na Rótula do Abacaxi. Mãe e filha desapareceram na terça-feira, após caírem em um canal na avenida San Martin. A família confirmou o enterro de ambas para esta sexta-feira.
No interior do estado, a cidade de Guaratinga (extremo sul baiano) já contabiliza R$ 500 mil em prejuízos por conta da queda da ponte do Rio Buranhen, desabamento de casas, bueiros arrancados pela água e aluguel de casas para famílias que foram retiradas das residências construídas em área de risco.Defesa Civil - Até as 16h desta quinta, a Codesal registrou 300 solicitações, sendo 192 de deslizamentos de terra, nove desabamentos de muro, três árvores caídas, dez desabamentos de imóveis e oito alagamentos (dois na Palestina, um na LIberdade, Canabrava, Pirajá, Massaranduba, Bairro da Paz e Paripe), além de 36 ameaças de deslizamento, seis ameaças de desabamento de muro e 34 ameaças de desabamento de imóvel. A população vive situação de perigo no Centro, Vale dos Lagos, Itapuã, Bairro da Paz, Periperi, Boca do Rio, Sussuarana, Águas Claras, Vila Canária, Pirajá e Boa Vista de São Caetano, onde há ameaças de desabamento e deslizamento. Na Barros Reis, uma ameaça de desabamento de imóveis foi acompanhada pelo Corpo de Bombeiros, que precisou resgatar uma pessoa na invasão conhecida como Brongo. O socorrido estava doente e não conseguia se locomover.
Previsão - A população deve continuar enfrentando dias de chuva até junho, de acordo com a meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ela disse que não há previsão de chuva forte nos próximos dias, que deve ser de períodos de melhoria com pancadas de chuva. Mas Cláudia Valéria alerta que o perigo nas áreas de risco continua. "Independente do volume de água que venha a cair, o solo já está encharcado e o que cair será excesso. Portanto, as ocorrências de deslizamento e desabamento devem continuar".
A meteorologista diz que de 9 horas de quarta até o mesmo horário de hoje choveu 39,2 mm e o acumulado dos sete dias foi de 208 mm, enquanto a estimativa para maio era de 349,5 mm. Cláudia Valéria considera este um percentual alto para a quantidade de dias. Emergência - Sete municípios baianos já tiveram estado de emergência decretado em razão dos prejuízos causados pela chuva que atinge o estado nos últimos dias.
Além da capital baiana, também entraram na lista Lauro de Freitas e Simões Filho, entraram na lista Mascote, Camacan, Vera Cruz e Guaratinga.
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